A “Fábrica de Água”, um novo paradigma
Em Portugal, no início dos anos 90, apenas 50% da água para consumo humano era controlada e de boa qualidade e cerca de um quarto da população era servida por sistemas de tratamento de águas residuais, o que significa que a maioria da água usada era devolvida ao ambiente sem qualquer tratamento, poluindo os cursos de água, com impacto na saúde pública.
É neste contexto que, em 1993, é criado o Grupo Águas de Portugal, colocando em marcha um plano de investimento sem precedentes no setor, nomeadamente, em sistemas de recolha e tratamento de águas residuais, centrados nas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). Foi também necessário o envolvimento de todos – estado central, municípios, empresas do setor e sociedade civil.
Nas últimas décadas, Portugal desenvolveu o setor da água elevando os parâmetros de qualidade e atendimento aos melhores exemplos europeus. A evolução do tratamento das águas residuais em Portugal tem sido tão significativa que os resultados estão à vista de todos!
Atualmente, na região da Grande Lisboa e Oeste, mais de 2,2 milhões de habitantes em 23 municípios partilham um único sistema de saneamento em que 100 ETAR tratam 244 milhões de m3 de águas residuais por ano.
Hoje, podemos afirmar com confiança que a devolução das águas residuais aos cursos de água naturais, em condições ambientalmente seguras, é um processo consolidado que contribui para a saúde pública, para a proteção dos ecossistemas e para o desenvolvimento sustentável das nossas comunidades.
Se passeamos pelas margens do Tejo já não nos surpreende a visita de golfinhos ou que nas Ribeiras do Oeste voltem a aparecer espécies nativas que estavam em risco de extinção e sabemos que a praia que frequentamos tem bandeira azul. Habituámo-nos a praticar desportos náuticos e contribuímos para o potencial turístico da nossa extensa e bem preservada costa.
É tempo de evoluir!
Em 2017, a Águas do Tejo Atlântico desenvolveu uma estratégia direta à economia circular num setor onde a inovação e a proximidade dos cidadãos ultrapassa o “tratamento” e “rejeição”. Assente na tentativa de “evoluir”, o primeiro pensamento foi revolucionar a mentalidade envolvente e dar novas denominações às ações desenvolvidas face às realidades emergentes, fruto das alterações climáticas e da necessidade de salvaguardar o Capital Natural da região e do Planeta.
Com vista à adoção coletiva de uma ambição de reutilização e valorização, e num setor ligado à sustentabilidade, surgem as Fábricas de Água - salvaguardando a denominação da nossa matéria-prima essencial: a água.
Assim, a Águas do Tejo Atlântico é pioneira na incorporação dos desafios da economia circular na gestão do ciclo urbano da água, fazendo evoluir o tratamento das águas residuais para um novo paradigma onde a valorização máxima dos recursos é a prioridade! As Fábricas de Água são um conceito que reforça o carácter industrial do trabalho realizado numa Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), onde a água é tratada como uma matéria-prima plena de recursos para usar, reutilizar, reciclar e valorizar.
É, assim, tempo de evoluir para um novo paradigma, numa lógica de economia circular do ciclo da água, onde a valorização máxima dos recursos é a prioridade!
A Fábrica de Água = estabelecimento industrial onde se transformam matérias-primas em produtos.
Nestas Fábricas de Água, transformamos a água residual tratada em produtos a incorporar na Economia Circular, tais como:
água+:
A água reciclada, para usos urbanos (regas, lavagens de ruas e equipamentos), usos agrícolas e usos industriais, inclusivamente para sistemas de refrigeração de edifícios.
biolamas+:
A utilização das biosólidos para valorização agrícola é uma realidade existente e a explorar.
energia+:
O Biogás tem aproveitamento energético nas Fábricas de água, contribuindo para a autossuficiência energética que ambicionamos nas próximas décadas.
Fábrica de Água: Uma visão da Águas do Tejo Atlântico, empresa virada para o futuro, para a inovação e para as pessoas.